POR FAVOR TRAGAM O TEXTO NA AULA
Terciário
Fonte: http://www.fgel.uerj.br/Dgrg/webdgrg/Timescale/qua-fram.htm
Definido pelo
naturalista italiano Giovanni Arduino em 1760 por analogia com as eras Primária
e Secundária (atualmente Paleozóica e Mesozóica). A subdivisão dos períodos foi
proposta pelo geólogo escocês Charles Lyell in 1883.
Esse período
durou de 65 a 1.8 milhão de anos. Seu limite inferior corresponde ao
aparecimento da nova fauna que se instalou no nosso planeta, após a grande
extinção do final da Era Mesozóica .
O limite superior
corresponde ao aparecimento do homem.
A flora do
Terciário não difere muito da do Cretáceo, sendo que merece destaque o
desenvolvimento de arbustos e forrações. Já a fauna é bem diferente,
apresentando animais bastante semelhantes aos que ocorrem hoje, com destaque
para as aves e mamíferos que se diversificaram amplamente.
A configuração
atual das massas continentais se desenvolveu durante esse período. A maioria
dos mares e oceanos modernos também já existia. O Terciário foi um tempo em que
se alternaram grandes Orogenias, processos de soerguimento de partes da crosta
terrestre, transgressões e regressões marinhas.
No final do
período a extensão dos mares foi a maior da história da Terra.
Em termos
litológicos predominavam as rochas sedimentares tais como calcários, arenitos, margas
e conglomerados. Na área oceânica a espessura de sedimentos terciários pode
chegar à 15.000m de espessura, como em Santa Bárbara, centro-sul da
Califórnia). Já os pacotes de sedimentos não marinhos são pouco espessos, mas
se extendem por grandes áreas no interior dos continentes. Rochas ígneas
ocorrem localmente, principalmente na orla do Pacífico, no Mediterrâneo e na
Islândia.
No Brasil, as sequências
sedimentares dessa idade se extendem de norte a sul do pais, cobrindo
indistintamente o embasamento e as bacias paleozóicas e mesozóico-cenozóicas.
Na região
amazônica ocorrem depositos de bauxita, e na região nordeste ocorrem níveis
ricos em turfa.
A unidade mais representativa do Período Terciário, contudo, é o Grupo Barreiras, constituido de arenitos que se extendem quase ininterruptamente do Rio de Janeiro até o Pará, gerando, como feição característica as falésias do litoral do Brasil.
A unidade mais representativa do Período Terciário, contudo, é o Grupo Barreiras, constituido de arenitos que se extendem quase ininterruptamente do Rio de Janeiro até o Pará, gerando, como feição característica as falésias do litoral do Brasil.
Quanto às
rochas de orígem ígnea, temos rochas alcalinas na região sudeste (Província
alcalina da Serra do Mar - Thompson et al., 1998) e derrames de basalto na
região nordeste (Formação Macaú - in Schobbenhaus et al., 1984).
Pequenas
bacias sedimentares de idade terciária ocorrem em várias partes do Brasil, como
por exemplo as bacias de Itaboraí e de Resende, no Rio de Janeiro e a Bacia de
Gandarela, no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.
O
Período Terciário é dividido em cinco épocas: Paleoceno, Eoceno, Oligoceno,
Mioceno e Plioceno
O Paleoceno, época que durou de 65 à 54,8 milhões de anos, se iniciou com uma
grande regressão marinha, fazendo com que se instalasse uma sedimentação em
mares intracontinentais e estuários.
Os processos formadores de montanha atuaram localizada mas intensamente, como a Orogenia Laramide na Cadeia das Rochosas, América do Norte.
Os processos formadores de montanha atuaram localizada mas intensamente, como a Orogenia Laramide na Cadeia das Rochosas, América do Norte.
A fauna
marinha é caracterizada por pelecípodes, gastrópodes, equinóides, e
foraminíferos, sendo que esses últimos se tornaram muito abundantes. Como
remanescentes do Período Cretáceo temos lulas, polvos, tartarugas, cobras e
crocodilos, bem como a maioria das plantas.
A principal
característica dessa época é a proliferação de pequenos mamíferos, ancestrais
dos roedores, e primatas atuais.
Com a contínua movimentação dos blocos continentais, as faunas paleocênicas começam a mostrar uma individualização, como é o caso da Austrália, que apresenta até hoje fauna bem diferente dos outros continentes.
Com a contínua movimentação dos blocos continentais, as faunas paleocênicas começam a mostrar uma individualização, como é o caso da Austrália, que apresenta até hoje fauna bem diferente dos outros continentes.
O Eoceno, época que
durou de 54.8 à 33.7 milhões de anos, se iniciou com uma generalizada transgressão
marinha, cobrindo vastas áreas continentais com calcários e argilitos. De modo
geral, os estratos eocênicos incluem diversas rochas de orígem sedimentar
(marinhas, estuarinas, continentais, etc.),
e rochas ígneas.
e rochas ígneas.
No Eoceno
médio se instalou uma instabilidade tectônica, caracterizada por uma quebra no
registro sedimentar e por mudanças texturais nos sedimentos, refletindo
retrabalhamento. Essa instabilidade tectônica perdurou até o final dessa época.
A vida no
Eoceno foi uma amplificação da vida paleocênica. As aves se diversificaram
bastante, incluindo o aparecimento de várias famílias modernas. Peixes ósseos
também floresceram nessa época. Microscópicos organismos planctônicos, como os foraminíferos eram abundantes nos oceanos.
Nas áreas
continentais isoladas a fauna se desenvolvia de forma endêmica. Localmente se
desenvolvem grandes aves similares ao avestruz. Os mamíferos agora abrangem
morcegos, esquilos voadores e pequenos carnívoros. Dentre os animais de grande
porte aparecem ancestrais dos rinocerontes, cavalos, baleias e peixes-boi.
Como não havia
passagem terrestre entre as Américas do Norte e do Sul, as faunas desses
continentes se desenvolvem isoladamente.
Na região
Andina ocorria a Orogenia Incaica (42 milhões de anos) (Bussel, 1983).
O Oligoceno durou de 33.7 à 23.8 milhões de anos.
O Oligoceno durou de 33.7 à 23.8 milhões de anos.
A fauna
marinha dessa época leva a pressupor um progressivo resfriamento na maior parte
do globo. Na região mediterrânea, contudo, recifes de coral semelhantes aos
atuais recifes do Caribe indicam clima tropical.
Durante o
Oligoceno predominam as rochas sedimentares, com característica principal de
intercalação lateral entre fácies marinhas e continentais. Esse registro, no
entanto, é descontínuo, e em várias localidades localidades não se encontram
rochas dessa época.
Processos
formadores de montanhas de larga escala são observados, como por exemplo a
Orogenia Ynesiana na América do Norte e a Orogenia Alpina na Europa.
De modo geral
as faunas marinhas oligocênicas eram fragmentadas. Por outro lado, algumas
áreas continentais que estavam isoladas se reconectaram devido à processos epirogenéticos,
principalmente na América do Norte, permitindo a migração de alguns mamíferos,
como tapires e variedades de rinocerontes.
Animais
marinhos como os moluscos gastrópodes começaram a se mover para o Equador.
Mariscos eram
bastante abundantes e alguns foraminíferos, principalmente as espécies menores,
se diversificaram bastante. Os foraminíferos planctônicos, contudo, reduziram
sua variedade.
O
desenvolvimento das gramíneas permitiu o aparecimento de novas formas de
mamíferos, como por exemplo os mastodontes.
Primatas primitivos (lêmures) ficaram restritos à ilha de Madagascar.
Primatas primitivos (lêmures) ficaram restritos à ilha de Madagascar.
Aparecem as
primeiras formas de macacos e de grandes primatas.
Os carnívoros se modernizaram, dando orígem à cães e gatos. Foi no Oligoceno que se desenvolveu o famoso tigre dentes-de-sabre.
Os carnívoros se modernizaram, dando orígem à cães e gatos. Foi no Oligoceno que se desenvolveu o famoso tigre dentes-de-sabre.
Dez gêneros de
aves atuais já viviam nessa época.
A passagem do
Oligoceno para o Mioceno reflete uma diferença marcante entre a fauna anterior
e a nova, observada nitidamente na Áustria, o que levou os paleontólogos a
propor os nomes Paleogeno - correspondendo ao Paleoceno/ Eoceno/
Oligoceno - e Neogeno - correspondendo ao Mioceno/ Plioceno.
Quaternário
Fonte: http://www.fgel.uerj.br/Dgrg/webdgrg/Timescale/qua-fram.htm
Definido pelo
geólogo francês Jules Desnoyers em 1829, para caracterizar os depósitos
recentes na França em analogia com as eras Primária, Secundária (atualmente Paleozóica
e Mesozóica) e Terciária.
Esse período se iniciou a 1.8 milhão de anos, e se estende
até hoje. Seu limite inferior corresponde ao aparecimento dos hominídeos. Esse
limite é questionado por alguns autores, que não consideram o surgimento de
apenas uma espécie suficientemente representativo para a definição de um novo
período. Não há diferenças marcantes entre
esse período e o anterior (Período Terciário) nem no tocante à fauna, nem ao
registro sedimentar. A característica mais
marcante, contudo, é a ocorrência de sucessivos períodos de glaciação.
O Quaternário é um período de modelagem de relevo, com sedimentação predominantemente mecânica inconsolidada. Localmente há a ocorrência de lavas extrusivas, principalmente na região circumpacífica. A maioria dos processos quaternários continua hoje e continuará ocorrendo nos próximos milhões de anos.
No Brasil, os estudos sobre o Quaternário vêm se intensificando nas últimas décadas e incluem neotectônica, variações do nível do mar e flutuações climáticas.
O Quaternário é um período de modelagem de relevo, com sedimentação predominantemente mecânica inconsolidada. Localmente há a ocorrência de lavas extrusivas, principalmente na região circumpacífica. A maioria dos processos quaternários continua hoje e continuará ocorrendo nos próximos milhões de anos.
No Brasil, os estudos sobre o Quaternário vêm se intensificando nas últimas décadas e incluem neotectônica, variações do nível do mar e flutuações climáticas.
Quaternário
Fonte: Stevaux & Parolin
(2010) (http://www.livro.mauroparolin.pro.br/parolin_volkmerribeiro_leandrine.pdf)
Os processos geológicos atuam em
diferentes escalas: temporal e espacial.
A formação do oceano Atlântico, por
exemplo, originado pela partição do
imenso continente de Gondwana é um processo que já dura 135 milhões de anos. Por sua vez, os recentes terremotos que atingiram o Chile e o
Haiti (2010), causando milhares de
mortes, constituem processos rápidos
e localizados. Um dos processos
geológicos mais importantes é a glaciação. Por uma conjunção de fenômenos cíclicos (oscilação da
intensidade de energia do Sol;alterações
no movimento da
Terra e o
próprio efeito estufa
na atmosfera terrestre), o nosso
planeta se resfria, provocando o desenvolvimento de uma glaciação
ou de uma Era Glacial. No último bilhão de anos, a Terra passou por pelo menos
seis eras glaciais, que duraram em média 20 milhões de anos. A última dessas
eras iniciou-se há 2,6 milhões de anos.
Podemos assim afirmar que vivemos o
início de uma nova Era Glacial!
Tão grandes são as transformações na paisagem do planeta produzidas por
uma glaciação, que os geólogos criaram uma divisão do tempo geológico para esta última Era do
Gelo -
trata-se do período Quaternário
(Figura 2.1).
O Quaternário, está dividido em duas épocas: a) Pleistoceno, mais antiga
e
mais longa, que se
iniciou há 2,6 milhões de anos e b) Holoceno, mais recente, com 10 mil anos e que se estende
até os dias de hoje.
Outro fato muito importante que se desenvolveu no Quaternário foi o aparecimento
do Homo sapiens, há aproximadamente 500.000 anos. A presença do Homem no
planeta é tão importante que os cientistas russos denominam esse período de
Antropogênico, ou seja, período do
aparecimento do Homem. Para se ter uma idéia da intensidade das mudanças
produzidas por uma glaciação,
tomemos os últimos
20.000 anos da
história da Terra,
que correspondem a apenas um centésimo de todo tempo do
Quaternário. Somente nesse curto intervalo:
a) reduziu-se a área coberta
pelas geleiras em dois terços, em
consequência disso, o nível do mar subiu
mais de cem metros;
b) as grandes florestas tropicais, até então restritas a pequenas manchas, se expandiram
por milhares de quilômetros quadrados;
c) imensas áreas de solo congelado converteram-se em solos
férteis;
d) os grandes lagos terrestres, como o Baikal e o Titicaca, encheram-se
de água doce;
e) os mamíferos gigantes que povoavam
a América do Sul (Mamutes, preguiças
e tatus com mais de uma tonelada) desapareceram, restando somente a nossa
conhecida anta, o maior mamífero do continente;
f) mesmo o Homem, habituado a viver nas grandes savanas e cerrados, teve
de se adaptar às florestas tropicais e abandonar seu hábito “caçador-coletor”
e criar a agricultura.
Todos esses fenômenos são tão
recentes na história do planeta que muitos deles ainda estão operando.
Basta olharmos para o aquecimento global, hoje tão comentado. Após um ciclo de
resfriamento encerrado por volta de 1850, seguiu-se um
período de aquecimento
que persiste até
hoje. É muito
comum observarmos, no meio da mata pluvial, cactos solitários, testemunhas de um clima mais seco, cujo
desaparecimento não foi há tanto tempo, a
ponto de eliminá-los do ambiente.
A própria história do Homem está cheia de evidências de climas
diferentes e de mudanças climáticas e ambientais drásticas e intensas. O
Dilúvio, registrado em várias culturas espalhadas pela Terra, é um registro das
intensas chuvas e da rápida subida do nível do mar que ocorreram entre 10 e 13
mil anos atrás. O aparecimento da agricultura, quando o Homem “expulso do
Paraíso” deixa de viver apenas da caça das frutas da floresta e passa a plantar
e colher, é um registro da melhoria climática que atingiu o planeta nesse mesmo
período.
Também no Estado
do Paraná podemos
observar as mudanças
que ocorreram na paisagem nesse período geológico. Tanto o litoral como as serras, as florestas e as
planícies de nossos grandes rios
estão cheios de evidências das transformações que esse
dinâmico período geológico causou em nosso estado.
Neste capítulo iremos
aprender um pouco
sobre esse momento
na história da Terra e como as glaciações nos afetaram e ainda nos
afetam. Veremos também quais os métodos que
são usados para identificar e
medir essas mudanças, e conheceremos o
que se passou no Estado do Paraná
durante a Última Era Glacial.
Importância da glaciação e dos
estudos do Quaternário
Em 1840 Jean Louis Agassiz (1807-1873) publicou o livro “Estudos sobre as geleiras”
no qual defendeu
a idéia de que, antigamente,
devido a um resfriamento climático, as geleiras
alpinas teriam ocupado todo o vale superior do rio Ródano e se estendido entre os Alpes e o Jura. Posteriormente, ele demonstrou que a
extensão de glaciares teria ocorrido em todo o mundo e em vista disso denominou
este período da história da Terra de
"Idade do Gelo".
Com o tempo foi verificado que o planeta passou por vários eventos de glaciação separados por períodos com clima semelhante ao atual. Foi a partir dessas idéias
que estudiosos passaram
a defender a existência de
grandes modificações
climáticas, ligadas a
períodos glaciais (frios)
e interglaciais (semelhante ao
atual). Estudos realizados em diferentes locais
do hemisfério norte e
no fundo dos
oceanos identificaram pelo menos
22 intercalações de períodos
frios e quentes no último milhão de anos.
Ainda não foi encontrada uma causa específica para as glaciações, sendo
a causa proposta pela Teoria Astronômica de Milankovitch uma das mais aceitas. Segundo
esta Teoria, a insolação incidente sobre a superfície terrestre depende de três parâmetros
astronômicos cíclicos, ou seja, parâmetros que se repetem a cada intervalo de tempo mais
ou menos constante.
Estes parâmetros são: excentricidade da
órbita terrestre; obliquidade
da eclíptica e precessão de equinócio.
Como cada um destes três parâmetros orbitais tem ciclos diferentes, a interação entre eles gera uma condição aproximada de equilíbrio, o que torna a temperatura ligeiramente constante. O geofísico iugoslavo Milutin Milankovitch (1879-1958) propôs a teoria de que em determinados momentos os três ciclos astronômicos poderiam coincidir, produzindo um período de reduzida insolação.
Como cada um destes três parâmetros orbitais tem ciclos diferentes, a interação entre eles gera uma condição aproximada de equilíbrio, o que torna a temperatura ligeiramente constante. O geofísico iugoslavo Milutin Milankovitch (1879-1958) propôs a teoria de que em determinados momentos os três ciclos astronômicos poderiam coincidir, produzindo um período de reduzida insolação.
Atualmente os cientistas acreditam
que não apenas
as três variáveis astronômicas seriam
as responsáveis pela
glaciação, mas uma conjunção
de variáveis. Entre essas se
encontram as de origem extraterrestres e
as originadas no
próprio planeta. No primeiro caso estão as variações das atividades
solares e a presença de poeira cósmica entre o Sol e a Terra. As variáveis
terrestres seriam a posição dos continentes e dos oceanos (que varia com o
tempo geológico), as atividades vulcânicas que produzem os gases de efeito
estufa e ultimamente a poluição atmosférica gerada pelo próprio Homem.
No entanto, nem todo o planeta sofreu ação direta das geleiras; no
Brasil, por exemplo, não há evidências da ocorrência desse fenômeno. Contudo,
devido ao clima mais
frio durante a
glaciação, o ciclo
hidrológico (evaporação e precipitação) tornou-se menos ativo
e, consequentemente o clima
mais seco.
Assim, podemos pensar que para cada evento frio (Glacial) no hemisfério
norte corresponde a um evento seco no hemisfério sul (Interpluvial). Por outro
lado, eventos quentes (Interglacial) no hemisfério norte correspondem a
períodos com clima chuvoso (Pluvial) no hemisfério sul. Como esses eventos são
relativamente curtos em termos
geológicos, pode-se imaginar o quanto o
clima da Terra se modificou durante as
várias intercalações
glaciais-interglaciais.